Escolha de Reagentes Metalográficos, Qual o melhor?
Qual o melhor reagente para aços carbono e ferros fundidos. Nital, ou Picral? Quem trabalha em laboratórios metalográficos na inspeção de produtos ferrosos com certeza já se deparou com esta pergunta. Estes dois reagentes atendem objetivos da inspeção metalográfica diferentes. Veja a tabela abaixo
Tabela Comparativa de Reagentes Metalográficos: Picral e Nital. ASTM E407 Standard Practice for Microetching Metals and Alloys.
A metalografia foi uma técnica muito desenvolvida desde o início do século passado. Existem diversos tipos de reagentes metalográficos que revelam diferentes informações na microestrutura dos materiais. A tabela de reagentes metalográficos acima compara dois tipos de reagentes mais comuns: Picral e Nital.
Cada um destes ataques químicos tem um uso específico na metalografia, apesar de ambos poderem ser utilizados para as mesmas inspeções.
Uso do Nital
O Nital devido a facilidade de sua preparação e durabilidade do reagente é mais utilizado. Porém, deve-se estar ciente das diferenças entre os dois reagentes. De uma forma geral o Nital é mais indicado para materiais de médio à baixo carbono para revelar as microestruturas de perlita, cementita e ferrita. Lembrando que o Nital revela o contorno de grão da ferrita, que permite uma boa análise da ferrita residual em aços parcialmente temperados.
Uso do Picral
O Picral tem sua aplicação mais indicada em aços de médio para alto carbono em controle de processos de tratamento térmico. Isto porque, o Picral tem uma revelação detalhada para a Perlita, Martensita e Bainita. Como este ataque também é mais fácil diferenciar entre a Bainita e a Perlita fina. Esta também é um bom reagente para revelar carbonetos, carbonetos não dissolvidos na martensita e carboneto livre.
Desta forma, percebe-se que os dois reagentes se complementam na maioria dos casos, onde laboratórios realizam metalografias de recebimento de matérias primas e controlam processos de tratamento térmico de sua produção.
A metalografia deve ter os objetivos do ensaio determinados com seu cliente, ou com as características de controle dos seus processos. Com este objetivo bem determinado o metalógrafo pode escolher o melhor reagente indicado tecnicamente para cada tipo de análise.
Conclusão
O melhor reagente é aquele que atende os objetivos da tua inspeção metalográfica
No caso de objetivos de inspeção mistos e amplos o uso dos dois reagentes se complementam
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ANÁLISE METALOGRÁFICA DO TAMANHO DE GRÃO DE ALUMÍNIO
A análise metalográfica do tamanho de grão de ligas fundidas é possível com reagentes especiais. Ligas não ferrosas, como as ligas de alumínio precisam de reagentes específicos e iluminação adequada para esta análise.
Ligas fundidas e conformadas necessitam de ataques diferentes para revelar o tamanho de grão do alumínio. Diferenças comuns de composição química das ligas fundidas e a presença de precipitados podem inviabilizar o ataque facilmente e revelar somente a estrutura dendrítica do material.
Ligas Conformadas
Por exemplo, para o alumínio laminado, ou extrudado, a revelação do grão do alumínio é obtida pela a anodização com reagente de Barker’s e posterior revelação por luz polarizada. A imagem seguinte ilustra o resultado desta técnica.
Metalografia Colorida, Luz Polarizada. Liga de Alumínio soldada por FSW. Tamanho de grão de alumínio com variação. Ataque: Barker’s
No caso de uma liga fundida este mesmo ataque irá revelar a microestrutura dendrítica do material e não será possível analisar o tamanho de grão. Lembrando que tamanho de grão e estrutura dendrítica são duas coisas distintas.
Ligas Fundidas
A imagem seguinte revela o resultado de um ataque de Barker revelado por luz polarizada para uma liga fundida de alumínio.
Ataque de Barker e revelação por luz polarizada de liga de alumínio fundida. Não foi possível identificar o tamanho de grão do alumínio.
Para as ligas fundidas não ferrosas pode se trabalhar com reagente de Keller’s. Este ataque precisa ser desenvolvido conforme a composição química da liga, mas normalmente resulta na revelação do tamanho de grão da liga.
A imagem seguinte é o resultado com Keller para a mesma liga atacada anteriormente com Barker’s com a revelação do contorno de grão de alumínio analisado.
O reagente Keller e um ótima opção para revelar o tamanho de grão de alumínio e ligas não ferrosas.
Conclusão
Para revelar o tamanho de grão de alumíno e suas ligas são necessário ataques distintos conforme o estado de fornecimento: Fundido, ou Conformado
Dois reagentes metalográficos devem ser considerados, conforme especificação em norma internacional:
-Reagente de Barker: 1,8% Ácido Fluobórico em Água Destilada em ataque eletrolítico
-Reagente de Keller: 95 ml água destilada, 2.5 ml ácido nítrico, 1.5 ml ácido clorídrico, 1.0 ml ácido fluorídrico
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Aço inoxidável 304 com corrosão superficial em campo. Avaliação de integridade deste aço realizada por metalografia utilizando a Prática ASTM A262 – A.
Reagente
Ácido Oxálico Eletrolítico
O reagente de Ácido Oxálico eletrolítico é de grande utilidade na inspeção por metalografia, pois permite num mesmo ataque avaliar a condição dos grãos da liga e a sensitização do material. Aplicável a todas as ligas de aço inox 304, 316, 316L e até as mais complexas como Inox Duplex, porém para estas ligas existem reagentes mais apropriados. É um dos reagentes indicados no caso de ligas de inox com corrosão em campo.
Material Aço Inox AISI 304
Aço Inoxidável 304. Laminado.
Liga típica de uso na fabricação de trocadores de calor, tubos com exposição química e outras aplicações de corrosão média.
TÉCNICA METALOGRÁFICA
Ensaio MetalográficO para Avaliação de Sensitização
Microscópio: Microscópio Ótico Invertido
Iluminação: Direta
Aço Inoxidável 304 Sensitizado – Prática A ASTM A262. Grãos com precipitação de carbonetos de cromo em todo o contorno de grão. Indicação de Sensitização. Reagente: Oxálico: Aumento:200x.
Comentários
A sensitização de aços inox pode ser avaliada pelos ensaio descrito na ASTM A262. A prática A determina se existe ou não uma sensitização que reprovaria o material, no caso acima existe. Ensaios mais detalhados também são descritos. O reagente oxálico descrito no ensaio também pode ser utilizado para outras análises metalográficas de aços inox.
O reagente de Ácido Oxálico eletrolítico é de grande utilidade na inspeção por metalografia, pois permite num mesmo ataque avaliar a condição dos grãos da liga e a sensitização do material.
Veja a mesma liga de aço inoxidável 304 atacada com Kalling’s aqui.
Links Úteis
ASTM E407 Standard Practice for Microetching Metals and Alloys
ASTM A262 Standard Practices for Detecting Susceptibility to Intergranular Attack in Austenitic Stainless Steels
ASTM E340 Standard test method for macroetching metals and alloys
ASTM E381 Standard method of macroetch testing steel bars, billets, blooms and forgings
ISO 4969 Steel — Etching method for macroscopic examination
Aço inox 304 com corrosão superficial em campo. Avaliação de integridade deste aço realizada por metalografia.
Reagente Kalling
O reagente de Kalling é de grande utilidade na análise metalográfica, pois permite atacar diferentes ligas de inox e revela detalhes microestruturais.
Material Aço Inox AISI 304
Aço Inox 304. Laminado.
Liga típica de uso na fabricação de trocadores de calor, tubos com exposição química e outras aplicações de corrosão média.
TÉCNICA METALOGRÁFICA
Ensaio MetalográficO para Avaliação de Sensitização
Microscópio: Microscópio Ótico Invertido
Iluminação: Direta
Aço inox 304 austenítico sensitizado com corrosão em campo. Presença de carbonetos de cromo em contorno de grão. Ataque: Kalling’s. Aumento 200x.
Comentários
A sensitização de aços inox 304 também pode ser verificada com reagente de Kalling. Este ataque pode delinear a precipitação de carbonetos de cromo no contorno de grão austenítico. O ataque com Kalling é uma alternativa ao ataque com ácido oxálico eletrolítico, nos casos onde não é possível executar os ataques eletrolíticos.
Veja a mesma liga atacada com oxálico eletrolítico aqui.
Links Úteis
ASTM E407 Standard Practice for Microetching Metals and Alloys
ASTM A262 Standard Practices for Detecting Susceptibility to Intergranular Attack in Austenitic Stainless Steels
ASTM E340 Standard test method for macroetching metals and alloys
ASTM E381 Standard method of macroetch testing steel bars, billets, blooms and forgings
ISO 4969 Steel — Etching method for macroscopic examination
Lixamento NA Metalografia – Qual a Importância na preparação?
A análise metalográfica é realizada em várias etapas. Cada uma delas é de extrema importância para a boa preparação de amostras para análise microestrutural (veja figura abaixo). O lixamento da amostra é uma etapa inicial na preparação e se esta etapa for feita incorretamente poderá prejudicar o polimento, metalografia final e as imagens do laudo.
Lixamento Metalografia. Etapas da Metalografia. Preparação para Análise Microestrutural. Exemplo para Metalografia de Campo.
Esta etapa necessita ser feita com cuidado, com boas lixas na sequencia correta (Exemplo 200, 400, 600 e 1200) e com fluído refrigerante adequado. O fluído refrigerante pode ser água para grande maioria das amostras metálicas. Em alguns casos utiliza-se álcool para um melhor acabamento final das inclusões não metálicas (tipos de refrigerante no lixamento, veja aqui).
No caso das lixas é necessário escolher inicialmente o padrão da lixa: FEPA ou ANSI / CAME. O padrão FEPA é seguido pelas indústrias Européias e o Padrão ANSI / CAME (ANSI B74.12 – SPECIFICATION FOR THE SIZE OF ABRASIVE GRAIN – GRINDING WHEELS, POLISHING AND GENERAL INDUSTRIAL USES, norma em revisão) é seguido pelas indústrias americanas. A diferença está no padrão granulométrico utilizado. O padrão americano é dado pela ASTM E11 que é diferente do padrão Europeu. A comparação de ambos padrões pode ser visto na figura abaixo.
Veja no quadro a comparação da norma de lixas européias (FEPA) e as lixas americanas (US Grit ANSI). É mais comum no Brasil se utilizar o padrão de lixas americanas (US Grit ANSI), como por exemplo, do fabricante Norton. Veja que uma lixa tipo grana 1000 (US Grit ANSI) na norma americana corresponde à uma lixa P-2400 na norma européia (FEPA), para o mesmo tamanho de grão em torno de 6 mícrons.
Comparativo de norma Européia e Americana de número de lixas e o correspondente tamanho de grão em mícrons (ref. Apostila Testmat – Lixamento Metalografia).
Efeito da diferença: FEPA e ANSI / ASTM E11 – Lixamento NA Metalografia
Nos depósitos de materiais é muito comum venderem um lixa P2000 até num preço superior a uma lixa 1000 (US Grit ANSI), porém o que custará caro será o retrabalho da análise metalográfica por não conseguir o acabamento adequado para polimento, ou seja presença de riscos. Veja que a etapa de lixamento na metalografia é uma das primeiras etapas na condução da análise metalográfica e se esta for feita incorretamente, perde-se horas de trabalho em campo, que podem também comprometer os resultados dos ensaios metalográficos e até mesmo inutilizá-los.
Este é um dos problemas comuns que surgem na análise metalográfica. O uso de lixas com padrões normativos diferentes por desconhecimento, e devido a rotina intensa de trabalho, este detalhe pode passar despercebido. Para tanto deve-se observar que os insumos sejam comprados sempre com a mesma especificação.
Conduzindo a Preparação da Amostra – Lixamento NA Metalografia
Durante toda a operação de lixamento na metalografia o inspetor deve manter uma limpeza adequada para evitar a contaminação da lixas mais finas com grãos das lixas anteriores mais grossas. Caso ocorra esta contaminação a amostra irá apresentar riscos no polimento final. Para corrigir isto o inspetor deverá voltar para a lixa inicial (nova) para retirar os riscos existentes, e realizar toda a sequencia de lixamento novamente.
Metalografia Costura de Tubo de Aço Inox. (Apostila Lixamento Metalografia Testmat)
Outra técnica que deve ser observada durante o lixamento na metalografia é a rotação da amostra com a troca das lixas. O lixamento deve garantir que cada lixa removeu todos os riscos da lixa anterior. Isto é alcançado mais facilmente com a rotação de 90o entre as lixas. (veja as imagens acima do lado da tabela)
Outro problema muito comum é o abaulamento da amostra durante o lixamento. O inspetor deve observar que o plano de análise metalográfico é definido pelo lixamento da lixa 200 (Padrão ANSI). Depois desta lixa na sequencia ideal, dificilmente a amostra será abaulada com a manipulação correta do corpo de prova. Assim, muito cuidado deve ser cuidado com as lixas 100 e 200, pois caso o plano de análise não seja bem definido, este também não poderá ser corrigido nas lixas subsequentes.
O inspetor com o tempo adquire as habilidades necessária para um bom lixamento na metalografia. É necessário treino e paciência…
5 dicas para a Preparação – Lixamento NA Metalografia
Usar lixas do mesmo tipo FEPA ou ANSI (Não misture)
Escolha de refrigerante adequado e na quantidade correta
Limpeza adequada nas etapas de lixamento
Rotação da amostra de 90o entre as lixas
Defina o plano de análise metalográfica até a lixa 200
Precisa de mais orientação na análise metalográfica? Veja nossos cursos na área aqui.
Quais os objetivos do ensaio de metalografia na Testmat?
Os objetivos do ensaio de metalografia na TestMat são de fornecer Soluções e Respostas para às Dúvidas que nossos Clientes têm sobre seus materiais e processos. Com os nossos Laudos nossos Clientes recebem Soluções.
O objetivo do ensaio metalográfico é discutido com o cliente, para determinar exatamente a necessidade do tipo e extensão da Solução procurada.
10 Objetivos do Ensaio de Metalografia
O ensaio de metalografia pode ter objetivos distintos:
Determinar a quantidade percentual de microconstituintes
Avaliar a presença de fases fragilizantes
Caracterizar as modificações microestruturais de tratamento térmico
Conferir o nível de inclusões em materiais conformados
Analisar o tamanho de grão do material
Examinar a presença de defeitos superficiais após tratamento por shot peening
Verificar a formação de defeitos em etapas de conformação
Caracterizar a porosidade de uma peça injetada de Alumínio
Determinar o grau de nodularização de ferros fundidos nodulares
Avaliar a presença de carbonetos fragilizantes em ligas de aço inox e aço inox duplex
Como você pode ver existem diversos tipos de objetivos no ensaio de metalografia. Estes objetivos são determinados com o conhecimento procurado sobre o material em análise. Muitas vezes, esse conhecimento é somente uma comparação com um padrão normalizado. Porém, nos casos mais complexos necessita-se de um estudo detalhado da microestrutura para, por exemplo, o entendimento de um comportamento mecânico não esperado do componente, ou para a compreensão de um mecanismo de corrosão acentuado em determinadas partes do material. Conforme o objetivo determinado as etapas da metalografia precisam ser planejadas para se obter o conhecimento esperado com a análise metalográfica.
A TestMat trabalha com ensaios metalográficos em materiais de diversos tipos com emissão de laudo. Exemplos de serviços de ensaio de micrografia em microscópio ótico ou microscopia eletrônica (MEV) são apresentados abaixo.
Determinação da Microestrutura de ligas ferrosas e não ferrosas
Metalografia dos aços e produtos siderúrgicos comuns
Réplica Metalográfica em campo
Macrografias e Juntas soldadas
Realizamos ensaios conforme sua necessidade!
Veja alguns Ensaios Metalográficos com Objetivos Distintos
Medida de Tamanho de Grão em Camada Cemetada. Ataque: Tepol. Aumento 100xEnsaio Metalográfico Aço Carbono. Microestrutura com Bandas de Ferrita e Martensita. Ataque Nital. Aumento 50x.Metalografia de aço inox duplex. Distribuição de grãos de ferrita e austenita. Isento de carbonetos em contornos de grão. Ataque: Eletrolítico NaOH.Metalografia Aço Inox 304 por réplica. Grãos Austeníticos. Aumento 100x Ataque KallingEnsaio de Metalografia com ataque colorido. Liga de Alumínio AA6060 soldada por FSW. Ataque: Barker´s Eletrolítico
Nossos serviços em Engenharia de Materiais
Análises de Falha
Através de um método planejado nossos técnicos e engenheiros analisam a falha com diversos recursos, inclusive microscopia eletrônica e análise por elementos finitos. O nosso laudo determina a causa da falha e indica sugestões para a correção do problema.
Análise de composição de Material
Nossa análise permite identificar o material, conforme a norma técnica comercial utilizada (EN, ASTM, SAE, ABNT, JIS, entre outras).
Ensaios de Corrosão em aços inox
Análise de corrosão conforme ASTM A 262, entre outras normas de referência no mercado. As aplicações comuns deste ensaio são a:
Avaliação da presença de carbonetos de cromo em contorno de grão austenítico nas ligas inox, principalmente nas ligas inox 304
Avaliar qualidade do aço inox fornecido, conforme o padrão ASTM A262 Prática A. As ligas de aço inox precisam ser solubilizadas antes de serem expostas ao meio ambiente
Ensaio periódico para avaliação de certificado do fornecedor, conforme padrões pré estabelecidos, ou padrões internacionais
Esclarecer dúvidas quanto á resistência à corrosão de aço inox austenítico que pode varia conforme a morfologia e e outros microconstituintes no material
Inspeções e Consultoria
Assessoria Metalúrgica e em Qualidade
Desenvolvimento de fornecedores de materiais e serviços
O tamanho de grão austenítico tem grande influência nas propriedades mecânicas dos materiais metálicos. A metalografia tamanho de grão é uma avaliação importante para o controle da qualidade metalúrgica.
O tamanho de grão é uma medida da metalografia quantitativa. As amostras de material são preparadas metalograficamente, atacadas com os reagentes metalográficos indicados (Tepol no caso dos aços temperados para determinação de tamanho de grão austenítico – veja em nossa tabela de reagentes, aqui) e avaliadas em microscópios metalográficos. Lembrando que amostras ferrosas devem ser temperadas e revenidas para a inspeção do tamanho de grão austenítico do material. A Metalografia Tamanho de Grão e Propriedades Mecânicas
Metalografia Tamanho de grão austenítico. AISI 5160. Preparação para Astm e112. Ataque: Tepol. Aumento: 200x
Devido a importância desta medida sobre as qualidades do material, como por exemplo, dutilidade, tenacidade e resistência mecânica, trata-se de uma característica que deve ser avaliada periodicamente nos materiais adquiridos e nos produtos fornecidos. Produtos de responsabilidade, ou de elevada solicitação são periodicamente avaliados nesta característica.
A medida de tamanho de grão conforme a norma ASTM E112 se refere unicamente ao tamanho de grão austenítico do material. Desta forma esta norma se aplicaria somente à materiais ferrosos com transformação mecânica. Ou seja, esta norma tem aplicação em aços carbono. Devido a necessidade da amostra ter que ser temperada para o ataque, é necessário que o material para a análise através deste método também seja temperável. No caso dos aço inox austeníticos a medida de tamanho de grão não necessita da têmpera, uma vez que os grãos austeníticos já estão presentes naturalmente no material.
METALOGRAFIA TAMANHO DE GRÃO ASTM E 112 – MÉTODO DE CÁLCULO
O número do tamanho de grão ASTM (n), escala de medição mais difundida no mercado, é dado por:
N = 2^(n-1)
onde n é o tamanho de grão ASTM (ou Carta ASTM), e N é o número de grãos por pol² (polegada quadrada) medido com 100x de aumento.
Existem três métodos de avaliação de tamanho de grão: Avaliação comparativa por quadros, Métodos de contagem de grãos e o Método dos Interceptos, sendo os três descritos e padronizados na ASTM E112 e em normas correlatas para a determinação do tamanho de grão.
O método dos interceptos é muito moroso, porém preciso. O método dos quadros comparativos permite uma boa avaliação sem ocorrerem erros significativos e é bem mais rápido.
Uma solução existente para a avaliação não padronizada dos tamanhos de grão é medi-los com a escala micrométrica e converter o valor de mícrons para o número ASTM de tamanho de grão. Esta conversão é dada pela equação abaixo onde o tamanho do grão (Lmm) medido em milímetros é inserido na fórmula e se obtém o número do tamanho de grão (G) ASTM.
G = – 3,2877 – [6,6439 x log(Lmm)]
O gráfico abaixo é uma representação desta relação entre Número de Tamanho de Grão ASTM e Tamanho de Grão em mícrons.
ASTM E112 medida metalográfica de grãos Nr ASTM x Medida L em microns
Esta medição apresenta alguns limites para avaliação de tamanhos de grão com crescimento anormal, aços duplex com fases não homogêneas, aços laminados com grãos muito alongados. Nestes casos deve-se procurar métodos específicos de medição.
Conclusão
O tamanho de grão austenítico é uma característica importante para a qualidade do produto
A metalografia tamanho de grão em aços conformados é feita com a medição do grão austenítico
A medida do tamanho de grão ASTM E112 não é a medida em mícrons do tamanho de grão
Existe uma conversão entre tamanho de grão ASTM e tamanho de grão em mícrons
Veja mais sobre a Metalografia Tamanho de Grão em nossos cursos e grupos de trabalho.
Ensaio Metalográfico utiliza diversos ataques químicos
Na metalografia, o ataque metalográfico revela seletivamente as microestruturas de aços ferríticos, martensíticos, ferrítico-martensíticos, austeníticos, ferríticos-austeníticos (duplex) e aços inoxidáveis endurecível por precipitação. Confira os reagentes metalográficos indicados para a identificação geral da microestrutura e de segundas fases, tais como carbonetos, fases sigma e chi, e ferrita delta em aços inox, tamanho de grão, nos serviços de metalografia.
A tabela abaixo apresenta os principais reagentes metalográficos, utilizados em laboratórios para análise metalográfica na identificação e classificação das microestruturas. Os ataques químicos apresentados são utilizados em ligas de materiais de difícil ataque, como por exemplo, ligas dos aços inox, ligas titânio, entre outras. Estes ataques também são de elevado contraste para a metalografia quantitativa.
*Na Metalografia siga as orientações de Segurança Pertinentes para cada Reagente Metalográfico.
*Ácido Pícrico e Ácido Nítrico são controlados pelo Exército Brasileiro.
*Verifique também a ASTM E407 – Standard Practice for Microetching Metals and Alloys.
Aços
Inox Ferríticos, End. Precipitação e Martensíticos
Especial
#5
20ml
HCl + 4ml H2O2 (3%)
Esfregar
Aços
Inox Ligados, Ligas Ni-Cr-Co-Mo
Murakami
10
g KOH ou NaOH, 10 g ferrocianeto de potássio, 100 ml H2O
Imersão,
Temperatura ambiente, ou entre 80-100ºC
Carbetos
em Contorno de Grão. Em 80-100C revela fase sigma e delta após
30s. Mais eficiente com NaOH
Aços
Inox, Soldas
NaOH
20%
NaOH em H2O
Eletrolítico,
3V
Revela
ferrita delta (azulado) e sigma (laranja/marron)
Aços
Inox, Soldas
Tepol
Contorno
de Grão Austenítico
1,5g
de ácido pícrico
100ml de água destilada
20ml de detergente
neutro YPÊ (Amarelo)
Imersão
a frio ou morno ~60-70ºC
Preparação da Solução à 60ºC
3min
à 35min.
Revela
tamanho de grão austenítico.
Necessário polir após ataque para
remover oxidação em excesso.
(ABNT MB 1203)
Aços
carbono temperados (levemente revenidos)
——————
Metalografia dos Aços Inox
O reagente de Kalling pode ser utilizado na metalografia para mostrar a microestrutura geral de aços inox austeníticos. Outros reagentes como Glicerina+Agua Régia ou Glicerina+ Água Régia Acética pode ser utilizado para revelar precipitação de carbonetos e ferrita.
O reagente de Ralph é muito útil para revelar estruturas de aços inox ferríticos. Kalling e Glicerina+Agua Régia também podem dar bons resultados.
Para aços inox endurecidos por precipitação o reagente de Ralph é o mais indicado. O ataque químico com Vilella produz um microestrutura menos atacada. O tempo de ataque varia com a condição de envelhecimento, sendo o mais envelhecido mais reativo com o reagente. A temperatura de envelhecimento também influencia a resposta ao ataque, sendo a o reagente de Ralph mais reativo para amostras envelhecidas em temperaturas mais elevadas.
Tradicional Vilella na metalografia
O reagente de Vilella é preferido para aços inox martensíticos. A resposta ao ataque depende da sua condição de tratamento: Recozido, Temperado ou Revenido. As amostras recozidas requerem o maior tempo de ataque, pois tudo está em solução. É recomendável não deixar a amostra escurecer muito no ataque. O ideal é manter a amostra levemente escurecida.
Metalografia Aço Inox 304. Precipitação de Carbonetos em Contorno de Grão. Ataque Oxálico. Aumento 100x
Para revelar as fases sigma e ferrita delta podem ser utilizados os ataques químicos de Murakami, NaOH, Ácido Oxálico e Vilella.
Metalografia dos Aços e Ligas para Alta Temperatura
O ataque químico destes aços é mais complicado do que os aços inox. Caso não tenha um ataque pré determinado inicie com Glicerina+Agua Régia, com ataques sucessivos mais agressivos de maior tempo.
Kalling é outra opção para aços como Waspaloy (UNS N07001), Pyromet A 718 (UNS N07718) e Pyromet A-286 (UNS K66286).
Metalografia Aço Inox Duplex. Ataque: NaOH, Eletrolítico. Aumento 100x.
Ataques eletrolíticos da tabela podem ser utilizados para revelar aspectos específicos de Ligas para Altas Temperaturas.
Caso os ataques típicos não funcionem, experimente o reagente químico Especial Nr 5 (HCl + H2O2), que também se aplica aos aços inox.
Objetivo Capacitar o profissional a executar ensaiosmetalográficos completos em diversos materiais, utilizando no treinamento os equipamentos do laboratório. Apresentar as diversas técnicas de ataques metalográficos, metalografia quantitativa e cálculos envolvidos para determinação de fases, tamanho de grão, entre outros. Indicado para metalógrafos iniciantes, ou para metalógrafos com experiência que procuram um curso de revisão amplo onde poderão adquirir novos insights, dicas e novas tratativas de problemas.
Metodologia
O curso de Metalografia da Testmat adota uma abordagem híbrida:
Módulo Teórico em Ensino à Distância (EAD): Conceitos fundamentais e práticas avançadas de metalografia.
Módulo Prático em Laboratório: Uma experiência imersiva com equipamentos em laboratório metalográfico. Agendado em um terceiro dia específico para garantir a eficácia do aprendizado.
Suporte Exclusivo Testmat
Após o treinamento, os participantes têm acesso contínuo ao ambiente de Ensino a Distância para suporte e revisão.
Conteúdo Teórico
Introdução aos materiais
Seleção e retirada e preparação de amostra
Microscopia ótica e tipos de microscópios existentes
Origem da microestrutura nos processos metalúrgicos
Análise de Inclusões
Classificação de Microestruturas
Metalografia Quantitativa: Relações da metalografia quantitativa mais comuns
Medições com microscópio
Técnicas de ataque – Estudos de caso
Metalografia como controle de processo
Gestão do laboratório conforme ISO IEC 17025
Softwares de análise de imagem
MEV – Microscopia eletrônica de varredura
Formato
Aulas ao Vivo (Google Meet, ou Equivalente) na forma de apresentações com atividades por EAD e exemplos práticos
Aulas das 15h às 18h, em cinco datas conforme agenda. Ao término, será realizado um curso prático no laboratório da Testmat ou no Cliente, conforme disponibilidade e adequação logística
O objetivo do Módulo Prático é um dia de Laboratório com o Professor auxiliando a aplicar as ferramentas e as técnicas aprendidas
Duração estimada: 15h Ao Vivo + EAD + 1 dia Prático. Total: 25h
Medição de tamanho de grão em liga de alumínio fundida. Revelar os contornos de grão da amostra.
Reagente Kellers
O reagente Kellers é uma ótima opção para revelar o tamanho de grão de ligas não ferrosas, como por exemplo ligas de alumínio.
Material Liga de Alumínio A356
Liga de Alumínio A356 Injetada sob pressão. Sem tratamento térmico posterior.
Liga típica de uso na fabricação de componentes mecânicos como bombas, injetores, ferramentas, carcaças estruturais e outras peças com requisitos de resistência mecânica elevada e de baixo peso.
Técnica Metalográfica
Macroestrutura Tamanho de Grão em Liga A356
Microscópio: Estereoscópio Ótico
Iluminação: Direta
Macrografia da seção da peça injetada após ataque. Contornos de grão visíveis para medição de tamanho de grão. Ataque: Reagente Keller’s. Aumento: 10x.
Comentários
O ataque com reagente Keller´s é muito utilizado na revelação de grãos de ligas fundidas de alumínio para medição de tamanho de grão. Tem grande aplicabilidade em ligas fundidas por gravidade e ligas fundidas por injeção de baixa pressão. Para ligas com precipitados ou com alguma deformação plástica, este ataque não seria recomendado.
Links Úteis
ASTM E407 Standard Practice for Microetching Metals and Alloys
ASTM E340 Standard test method for macroetching metals and alloys
ASTM E381 Standard method of macroetch testing steel bars, billets, blooms and forgings
ISO 4969 Steel — Etching method for macroscopic examination