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Classificação da Grafita (1 à 4) Metalografia dos Ferros Fundidos

classificação grafita ferro fundido

Qual a importância da classificação da grafita?

O que é a grafita?

A grafita é um componente microestrutural dos ferros fundidos. Ela é formada pelo excesso de carbono da liga em relação ao teor máximo do carbono que pode ser dissolvido no ferro sólido. Assim, a grafita se forma na solidificação do material e apresenta diferentes morfologias decorrentes principalmente das características da solidificação do produto e da composição química da liga. Algumas morfologias da grafita são obtidas também por tratamentos térmicos de longa duração.

Ferro Fundido Nodular
Metalografia Ferro Fundido. Classificação da Grafita Nodular. Microestrutura de 50% Ferrita, 40% Perlita e 10% de Grafita Nodular. Ataque: Nital. Aumento: 100x.

O tipo, ou a morfologia da grafita formada irá dar diferentes propriedades mecânicas ao ferro fundido e a sua influência é tão determinante ao ferro fundido que estes são classificados conforme a morfologia da grafite formada.

Desta forma, a grafita, também denominada de grafite (do inglês graphite) tem grande importância na qualidade dos ferros fundidos. A correta morfologia da grafita irá determinar, por exemplo, o alongamento (A%) e a estricção (Z%) do material que são propriedades que definem a dutilidade e a tenacidade do ferro fundido.

Em alguns casos, a classificação da grafita não é exigida, classificando a qualidade do ferro fundido somente por suas propriedades mecânicas, como por exemplo, LR e LE.

Algumas normas definem os tipos de grafite, por exemplo a ASTM A247 (classificação de grafita) e ASTM A48 (classificação ferro fundido cinzento por propriedade mecânica) e a ISO 945 também tem classificações da grafita.

O método de classificação da grafite pela ASTM e ISO mais simples é através de quadros comparativos, avaliando a morfologia, distribuição e o tamanho das grafitas. O quadro abaixo é um comparativo da norma ASTM com a ISO para a classificação de classificação da grafita de ferros fundidos nodulares.

Ferro Fundido Lamelar
Metalografia Ferro Fundido. Classificação da Grafita Lamelar. Microestrutura 100% Perlítico. Ataque: Nital. Aumento: 100x.

Preparação de Amostras para Classificação da Grafita

Alguns cuidados devem ser tomados na preparação das amostras de ferros fundidos com o objetivo de caracterizar corretamente a morfologia e a classificação das grafites. A grafite é um microconstituinte muito frágil e qualquer pressão exagerada pode removê-la da face em análise. Por isso para obter a morfologia da grafita é necessário cuidado na preparação metalográfica.

Esta preparação deve garantir que as grafitas fiquem retidas na face da amostra para sua observação e o efeito de borda entre a grafita e a matriz metálica seja minimizado. Na preparação de amostras metalográficas de ferro fundido utiliza-se normalmente pasta de diamante no polimento e a última lixa deve ser feita a seco e o número de lixas na sequência de preparação deve ser a menor possível.

Diferentes normas classificam o aspecto micrográfico da grafita

O quadro à seguir apresenta diferentes tipos de classificação da grafita e estão apresentadas comparativamente entre as normas ASTM e ISO. Além destes quadros comparativos existem os métodos de análise por imagem para avaliar o formato das grafitas, a presença percentual de cada morfologia diferente (quando existente) e cálculos de nodularização, como por exemplo a ASTM E2567

Classificação da Grafita. ASTM A247 e ISO 945 Comparativo e Descrição de Grafita Nodular
Classificação da Grafita. ASTM A247 e ISO 945 Comparativo e Descrição de Grafita Nodular

Os ferros fundidos cinzentos, nodulares, maleáveis ou brancos são ligas com mais de 2% de carbono, que é o limite da solubilidade do carbono na austenita. Esta grande quantidade de carbono pode estar presente em três formas nestes materiais:

  1. Dissolvido nas diversas fases;
  2. Como cementita;
  3. Como grafita.

Efeitos da Composição Química

O carbono é o principal elemento de liga nos materiais ferrosos devido a sua capacidade de alterar as propriedades mecânicas com adições de baixo custo. No ferro fundido, o carbono que não ficou dissolvido na matriz metálica, ou precipitou na forma de carbonetos de cementita, ou que tenha sido utilizado na formação da cementita irá formar a grafita nos ferros fundidos. O balanço entre a quantidade de grafita formada, a sua morfologia e a quantidade de carbono como elemento de liga na matriz metálica irá determinar a qualidade do ferro fundido.

Esta quantidade de carbono na matriz metálica irá determinar a resposta da matriz metálica ao ciclo de resfriamento do fundido. Velocidades de resfriamento mais acentuadas poderão produzir microestruturas mais aciculares, perlitas finas e menor quantidade da fase de ferrita. Além disto, esta quantidade de carbono na matriz pode ser importante para os ferros fundidos com tratamentos térmicos posteriores, como por exemplo, o ferro fundido nodular austemperado. 

Quando se fala dos efeitos dos ciclos térmicos no resfriamento do fundido é necessário se considerar a composição química completa da liga em questão. O balanço dos elementos químicos irá determinar se o excesso de carbono na solidificação irá para a formação da grafita ou para a formação de carbonetos (cementita) na matriz metálica. Isso, porque alguns elementos químicos são grafitizantes, ou seja favorecem a formação da grafita. E outros elementos químicos favorecem a formação dos carbonetos com o excesso de carbono. Esses balanços podem influenciar também nos processos de solidificação e consequentemente na classificação da grafita.

Conclusão

  • A grafita é um microconstituinte importante nos ferros fundidos, por isso a sua classificação
  • O controle do processo de formação de grafita é importante para assegurar a qualidade do ferro fundido
  • Métodos automatizados por software de análise de imagem podem ser empregados para avaliar a classificação da grafita

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Metodologia
O curso de Metalografia da Testmat adota uma abordagem híbrida:

  • Módulo Teórico em Ensino à Distância (EAD): Conceitos fundamentais e práticas avançadas de metalografia.
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Conteúdo Teórico

  • Introdução aos materiais
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  • Microscopia ótica e tipos de microscópios existentes
  • Origem da microestrutura nos processos metalúrgicos
  • Análise de Inclusões
  • Classificação de Microestruturas
  • Metalografia Quantitativa: Relações da metalografia quantitativa mais comuns
  • Medições com microscópio
  • Técnicas de ataque – Estudos de caso 
  • Metalografia como controle de processo
  • Gestão do laboratório conforme ISO IEC 17025
  • Softwares de análise de imagem
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Formato

  • Aulas ao Vivo (Google Meet, ou Equivalente) na forma de apresentações com atividades por EAD e exemplos práticos
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  • O objetivo do Módulo Prático é um dia de Laboratório com o Professor auxiliando a aplicar as ferramentas e as técnicas aprendidas
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Ferro Fundido Nodular GGG40 – Propriedades Microestrutura

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O reagente Nital é um dos reagentes mais versáteis na metalografia dos aços e também dos ferros fundidos nodulares e cinzentos com presença de ferrita.

Material Ferro Fundido Nodular – DIN GGG40

Ferro Fundido Nodular, Classe DIN GGG 40. Sem tratamento térmico posterior.

Técnica Metalográfica

Metalografia da Seção longitudinal

Microscópio: Metalográfico Invertido Ótico

Iluminação: Direta

Ferro Fundido Nodular GGG40. Microestrutura Composta por 40% Ferrita e 60% Perlita
Ferro Fundido Nodular GGG40. Microestrutura Composta por 40% Ferrita e 60% Perlita | Microestrutura: 40% Ferrita e 60% Perlita, Nódulos de Grafite tipo 1. Ataque: Nital. Aumento: 100x.

Comentários

O ferro fundido nodular GGG40 apresenta uma microestrutura composta de grafite em forma de nódulos inseridos numa matriz metálica. A matriz metálica por sua vez pode ser composta das microestruturas típicas dos materiais das ligas Ferro-Carbono.

Links Úteis

ASTM E407 Standard Practice for Microetching Metals and Alloys

ASTM A247 Standard Test Method for Evaluating the Microstructure of Graphite in Iron Castings

ISO 945 Microstructure of cast irons

TestMat – Serviços em Metalografia e Macrografia

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TestMat – Ferro Fundido Nodular vs Ferro Fundido Lamelar

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Objetivo
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Metodologia
O treinamento da Testmat é dividido nos seguintes módulos: Módulo Teórico em Ensino à Distância e Módulo Prático em Laboratório. O Módulo Prático é agendado num terceiro dia adicional específico. 

Suporte exclusivo Testmat
 O aluno terá suporte após o treinamento no ambiente de Ensino a Distância. 

Conteúdo Teórico

  • Introdução aos materiais
  • Seleção e retirada e preparação de amostra
  • Microscopia ótica e tipos de microscópios existentes
  • Origem da microestrutura nos processos metalúrgicos
  • Análise de Inclusões
  • Classificação de Microestruturas
  • Metalografia Quantitativa: Relações da metalografia quantitativa mais comuns
  • Medições com microscópio
  • Técnicas de ataque – Estudos de caso 
  • Metalografia como controle de processo
  • Gestão do laboratório conforme ISO IEC 17025
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Formato

  • Aulas ao Vivo (Google Meet, ou Equivalente) na forma de apresentações com atividades por EAD e exemplos práticos
  • Aulas das 15h às 18h, em cinco datas conforme agenda. Ao término, será realizado um curso prático no laboratório da Testmat ou no Cliente, conforme disponibilidade e adequação logística
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